Falta de infra-estrutura
Tópico infra - estrutura abrange falta de espaço, prédios inadequados, falta de verbas, de vagas e de materais.
O estudo uma Uma Visão dentro das escolas Primárias desenvolvido pela Unesco revela que o Brasil investe pouco nas séries iniciais.
Segundo o estudo, no Brasil metade dos alunos em áreas rurais freguentam salas de aula deterioradas.
A falta de infra - estrutura e de condições de trabalho é considerado uma das pricipais causas de doenças que afetam alunos e professores.
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Nada pode ser mais desestimulante para estudantes que retornam às aulas do que encontrar as instalações escolares em más condições de habitabilidade, com telhados furados, problemas hidráulicos e elétricos, e até mesmo locais de prática de esporte inutilizados. Este, infelizmente, é o quadro de dezenas das 2,5 mil escolas públicas do Estado, segundo levantamento da própria Secretaria Estadual de Educação. Reportagem publicada por este jornal na última sexta-feira mostrou qeu 40% das escolas estaduais precisam de consertos e reformas, que só poderão ser feitas a partir do segundo semestre do ano.
São situações inaceitáveis para um Estado que precisa melhorar a qualidade do ensino. Ainda que os recursos sejam escassos e que a exigência de licitação para a contratação de serviços dificultem os consertos, o tema é tão urgente que o governo deveria buscar a anuência do Legislativo para promover uma ação emergencial e garantir condições dignas para alunos e professores.
Nenhum outro gasto público pode ser mais importante do que investir no conforto e na segurança das crianças e adolescentes que se preparam para herdar o futuro.
É sabido que a relação entre os jovens e as práticas escolares, nos dias atuais, é marcada por uma espécie de flagrante descontinuidade ou descompasso. Vejamos, de largada, ocasiões em que reconhecidos autores nacionais descrevem os efeitos dessa relação.
"Essas condições deterioradas [;da qualidade das escolas públicas brasileiras] , acompanhadas de um processo educativo descompassado dos sujeitos jovens e adolescentes, produzem como resultados o desinteresse, a resistência, dificuldades escolares acentuadas e, muitas vezes, práticas de violência, que caracterizam a rotina das unidades escolares" (Sposito, 2003, p.16).
"O espaço escolar, por isso, é visto pelos jovens de maneira ambígua: ora sobressai como um dos poucos lugares onde podem conviver com os amigos; ora revela-se como um lugar de conflitos, quer entre os próprios alunos, quer entre eles e os professores" (Cenpec; Litteris, 2001, p.46).
"A distância entre o mundo escolar e o mundo juvenil, com a conseqüente dificuldade de comunicação entre os dois, tem gerado um enfraquecimento da capacidade educativa da escola e favorecido uma socialização juvenil incompatível com os princípios éticos e democráticos. A escola torna-se, então, espaço da vivência da injustiça, do medo e da insegurança, quando não de pura reprodução dos valores racistas e sexistas de nossa sociedade, como demonstram inúmeras pesquisas. Outras marcas dessa situação são a perda da motivação e o desinteresse dos alunos, além da precarização da qualidade do ensino como um todo, que tem levado a um baixo desempenho dos estudantes" (Corti; Souza, 2004, p.103).
A tomar pelas assertivas dos pesquisadores brasileiros da temática da juventude/escolarização, somos levados a reconhecer que temos diante de nós um quadro de ampla precarização e desagregação institucionais. Os efeitos, poder-se-ia dizer, são trágicos: desinteresse, desmotivação, baixo desempenho, fracasso, conflitos interpessoais, violência de múltiplas ordens.
Hoje, nossas escolas públicas de ensino básico estão sucateadas. Foram deterioradas pela má administração pública, a corrupção, o descaso para com alunos e professores. Há, no Brasil, 55 mil escolas públicas. Segundo a OCDE, apenas 0,2%, ou seja, 160 alcançam um índice de desempenho considerado médio.
Adotam-se no Brasil, para classificar nossas escolas de ensino básico, o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), feito por amostragem, e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que dá nota de 0 a 10 às instituições de ensino, tendo por critério o desempenho dos alunos na Prova Brasil, exame aplicado a todos os alunos de 4ª. e 8ª. séries.
Em todo o país, apenas 160 escolas mereceram nota 6 ou acima. Nas séries iniciais do ensino fundamental nossa nota é 3,8. Os cursos de 5a a 8a séries ganharam nota 3,5. No ensino médio, 3,4. A meta do MEC, estimulado pela campanha “Compromisso Todos pela Educação”, é que a maioria de nossas escolas atinja a nota 6 em 2021. O Ideb atual da Holanda é 7; do Reino Unido, 6,5. Há no Brasil colégios, raros, que receberam nota 8,5, como a Escola Professora Guiomar Gonçalves Neves, em Trajano de Morais (RJ). É a de melhor qualidade no país.
Será que daqui a 15 anos – véspera do bicentenário da independência do Brasil – alcançaremos a meta almejada? No estado do Rio, 20 mil crianças não freqüentam salas de aula por falta de professores. O índice nacional de reprovação é 11,9%. A distorção idade/série é 17,3%.
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O que fazer diante desse quadro aflitivo? Pressionar o poder público? Sim. Votar ano que vem em vereadores e prefeitos comprometidos com a prioridade Educação? Também. Mas por que não reunir as famílias de seu bairro ou comunidade e promover um mutirão para a melhoria das escolas públicas da região? Por que não assegurar instrução e/ou emprego a um ou dois desses 9,5 milhões de jovens vulneráveis ao narcotráfico?
*Frei Betto é escritor, consultor do MST e autor de A obra do Artista — Uma visão holística do Universo, entre outros livros.
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O que faz uma boa escola? Muitos fatores, entre os quais disciplina, ou seja, não tolerar atrasos de alunos; contar com professores efetivos e qualificados (mestrado, doutorado ou especialização) trabalhando em tempo integral; remunerar dignamente o corpo docente; aumentar a permanência do aluno na escola; contar com oficinas de música, teatro e artes plásticas; laboratórios de idiomas, ciências e informática; grêmio estudantil; salas de leitura e vídeo etc.
O MEC promete que o governo haverá de liberar, ainda este ano, R$ 30 milhões para as escolas urbanas, e R$ 66 milhões para as rurais. As 5 mil escolas com piores índices no Ideb terão direito, cada uma, a módicos R$ 6 mil para investirem em infra-estrutura, material pedagógico e apoio metodológico. Através de sistema de educação à distância – a Universidade Aberta do Brasil –, o MEC pretende qualificar 2 milhões de professores do ensino básico.
Recente pesquisa realizada pela Unesco, em parceria com o governo federal, comprovou que 82,4% dos alunos reprovados no ensino fundamental culpam a si mesmos pelo fracasso. A mesma pesquisa indica que a culpa não pode ser atribuída às crianças. Ela recai na falta de motivação dos professores, na péssima infra-estrutura das escolas e no fato de diretores e professores não darem importância à realidade pessoal e familiar do estudante.
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A iluminação das salas e a posição do quadro negro,muitas vezes não são adequadas. Além disso o uso do giz trás alergia.
Outro fator que os professores ressaltam é que com a falta de água os alunos são liberados mais cedo e isso prejudica o andamento do programa escolar sem contar que a escola fica em estado de abandono ...